Identificação de Fatores de Risco para Lesões do Membro Inferior em Atletas
Palavras-chave:
Extremidade Inferior, Factores de Risco, Fenómenos Biomecânicos, Força Muscular, Lesões Desportivas, Lesões do Ligamento Cruzado Anterior, Lesões da PernaResumo
Introdução: A atividade física adequada e o desporto para todos constituem um dos pilares para um estilo de vida saudável. Contudo, a prática regular de desporto não é isenta de riscos, estando bem estabelecido que a participação em atividades desportivas está relacionada com o aparecimento de lesões. Uma lesão particularmente comum é a lesão do ligamento cruzado anterior que traz consequências adversas para o atleta e clube desportivo. Há, portanto, uma elevada relevância na procura de métodos padronizados para identificar quais os atletas em maior risco e quais os problemas que os colocam nessa situação para que sejam corrigidos com programas de treino personalizados.O objetivo deste estudo será a identificação de atletas em maior risco de lesão, através da sua caracterização biomecânica e do reconhecimento de padrões cinemáticos de défices neuromusculares dos membros inferiores. Métodos: Através da avaliação por vídeo de três saltos (salto vertical com contramovimento e sem balanço com os braços) realizados por 27 atletas de basquetebol, registaram‐se os ângulos de flexão e de valgo/varo do joelho. Foram também registados dados antropométricos, horas de treino semanais e presença ou não de hipermobilidade pela escala de Beighton.
Resultados: Associou‐se um índice de massa corporal mais alto com história passada de entorse no tornozelo (IMC=21,64 ± 2,28 kg/m2 versus IMC=19,80 ± 2,21 kg/m2). Constatou‐se que os atletas que aterram em valgo aterram também com menor flexão do joelho (57,60o ± 9,29o vs 62,80o ± 10,62o). Considerando como assimetria uma diferença de pelo menos 10o, identificou‐se um grupo de 6 atletas com discrepâncias significativas entre os dois membros inferiores.
Conclusão: Concluímos que foi possível caracterizar a amostra estudada e integrar alguns dos atletas em dois grupos de risco de acordo com défices neuromusculares, sendo que um deles seria dominância de uma perna e o outro associava dominância do quadríceps com dominância ligamentar.
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